Argentina Uma Verdadeira Música Popular?

“A jangada” é uma canção de Litto Nebbia e José Alberto Iglesias (Tanguito ou Ramsés VII), famoso na interpretação da banda Os Gatos. É considerada a canção fundadora do chamado “rock nacional” argentino e uma das primeiras e mais influentes do rock em português. Os Gatos da gravaram a 19 de junho e foi lançado em três de julho de 1967, superando os 250.000 discos comercializados e desatando, pela Argentina, o furor juvenil pelo rock em português.

Foi considerada pela Revista Rolling Stone e MTV como a incrível música do rock argentino de todos os tempos. A letra fala de um jovem que está “muito só e tristonho” e que almeja deslocar-se para um ambiente desejado (“o espaço que eu quiser”). Como esse lugar não podes voltar caminhando, tem que desenvolver uma jangada. Após pronta, a balsa, o jovem promete mencionar “pra loucura” e comparecer “à capacidade”. Como com muitos outros tópicos de rock & pop internacional e nacional, vem sendo habitual aconselhar que “A jangada” tem uma “mensagem secreta” referindo-se ao consumo de drogas ilegais.

Tanguito é um compositor deslumbrante, cuja única, infelizmente, foram as más companhias que o levaram às drogas, até que estas o aniquilaram. Como ilustrou Litto Nebbia, co-autor do tema, a princípio Tanguito propôs estabelecer uma música com a frase “eu estou muito sozinho e desalegre por esse universo de merda”.

A triste frase inicial de Tanguito foi modificada pela Litto Nebbia pra definir a definitiva: “Estou muito só e amargurado nesse lugar, por esse universo abandonado”. Ele escreveu o começo: “Estou muito só e desanimado este universo de merda”. Lhe tirei isso, porque eu não gostava. Para quê, se prontamente sabemos que é um universo de merda, será que A ideia força da canção é “deslocar-se para naufragar”; a jangada é o meio para esta finalidade.

Na canção, “naufragar” está membro a destinar-se “para o espaço que eu mais precise”. A idéia de “naufragar” será muito potente nas origens do rock argentino. Primeiro era em bares, no momento em que a coisa ficou muito pesada, acababou pela praça França, se começou a deslocar-se para casa. A palavra chave de “A jangada” resumia um programa de gerações. Para Lernoud, nesta ideia de flutuação e deriva ressoa Amanhã nunca se sabe (do Revolver beatle, 1966), com o seu “Apagá sua mente, relajate/ e flotá corrente abaixo”.

  • Piquigrueso amarelo, Pheucticus chrysopeplus
  • Loucas correrias pela cozinha de um gatinho que está explorando o universo
  • 7 Outros Pôneis
  • Não acrescenta implicações a respeito de eventos não relacionados diretamente com o sujeito

“Naufragar é queimar os dias, conversar incansavelmente em um café, sair da rotina, quebrar as barreiras do tempo”, comentou Nebbia. Para Zaguri, depois de “A jangada” está “A barca”, bolero, onde José Feliciano cantava: “a Tua barca tem que partir/ para outros mares de loucura/ cuida que não naufrague em seu viver”. O projeto era propagar o naufrágio como forma de existência. O termo foi tão essencial que aqueles primeiros roqueiros se denominavam a si mesmos “náufragos”. A “jangada” ocupa um ambiente muito importante na mente dos autores, ao ponto de estabelecer o título da canção.

como resulta da letra da mesma. A seriedade da balsa deriva do caso de que não é possível comparecer a pé para “aquele local” desejado, no entanto que tem de um meio especial pra fazê-lo, pontualmente uma jangada. Dessa forma, a jangada aparece como o instrumento fundamental pra poder naufragar.

O refrão está referido ao instrumento imprescindível para montar a jangada, “madeira”, que tem que ser conseguida em amplo quantidade e “de onde possa”. Os Gatos liderados por Litto Nebbia, gravada em 1967, que tornou-se sucesso em massa juvenil e fundou o que é denominado como rock nacional argentino. A versão de Os Gatos se inicia com um atraente riff de guitarra, reforçado por um riff de pequeno e harmonias agressivas de órgão, que levou a uma formação de guitarristas fãs argentinos, a tocar rock em português.

A canção é cantada por Litto Nebbia, sem vocais, com câmara de ecos, e eventuais fraseados de guitarra elétrica em contraponto com o canto. “a naufragar, pra derrubar, para derrubar”, cantado em maneira de convite com o conteúdo encerra. A versão de Tanguito, é cerradamente blusera, quase trágica, levantando o ritmo de bossa nova que caracteriza a versão de Litto Nebbia e Os Gatos.

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